Acordei neste pedaço do paraíso chamado
Superagui depois de uma boa noite de descanso e de um sonho maravilhoso que
tive como meu amorzinho.
Quero agradecer muito meus amigos Edes, André, Willian, Ander e o Stanley que vieram ao meu encontro em BARRA ARARAPIRA e me atravessaram do Paraná até a Ilha do Cardoso/ São Paulo, muito obrigado pessoal! Ah e desculpa por ter estragado a pescaria...hehehehe
A família Michaud já se preparava para mais
um dia de trabalho. Seu João com seus quase oitenta anos, é um dos pescadores
mais velhos da ilha e um dos únicos que confecciona e conserta redes de pesca.
Fui até a mercearia comprar pão e tomei café
junto de meus novos amigos antes de me despedir deles e da ilha. Depois me
informei com alguns nativos como cruzar para o meu próximo destino, “Cananéia”.
Me disseram para procurar o pescador solitário que vivia no final da ilha e na
casa dele passar um rádio para algum barco que me levasse até a “Vila do
Ararapira” e de lá pegar outro barco para Cananéia.
O tempo ficou nublado e de repente começou a
cair uma garoa fina. Eu resolvi não passar protetor solar. Tinham muitas
conchas na areia e acho que foi isso que fez o pneu dianteiro furar quando eu
tinha pedalado uns dez kilômetros por uma praia deserta. O sol apareceu
novamente e começou a esquentar, mas eu estava com o corpo cheio de areia e por
isso não quis passar o protetor. Cheguei à casa do pescador solitário, mas o
rádio dele estava quebrado. Segui em frente até o final da ilha.
Fiz quase 40 kilômetros e posso dizer que
pedalar na areia não é tão fácil como eu pensava. Pois dependendo do horário, o
vento vira contra e a maré sobe, te obrigando a subir para a parte onde a areia
é mais fofa... Aí gente fica difícil sair do lugar!
Quando cheguei no final da ilha, não vi
nenhum barco, apenas areia e mar. Fiquei ali por um bom tempo debaixo daquele
sol que naquela hora estava de rachar, até que apareceu uma lancha, mas estava
muito longe, então comecei a fazer sinal e ela se aproximou. Eu estava na barra
do canal, perto do mangue e tinham muitos tocos de árvores. Então pra facilitar
pro pessoal da lancha eu ergui a bike e fui caminhando mar adentro até um banco
de areia que tinha ali. O que não percebi é que a maré estava subindo e quando
cheguei no banco de areia e olhei para a lancha, ela já estava longe... Não
tinham me visto!
Quando me dei conta eu estava ilhado e a maré
continuava subindo. Tirei a camisa laranja que estava usando e comecei a
sacudi-la, berrando como um louco até que o pessoal da lancha finalmente me viu
e vieram me resgatar. Quando chegaram, eu já estava com a água na altura dos
joelhos, isso no banco de areia onde já era mais alto. Imaginem o meu sufoco!
Valeu Édes por ter batido as fotos e "muito obrigado" Renata Neves por ter me passado elas.
Durante a travessia comi uns biscoitos e esse foi o meu almoço... tri gostoso!
Momento registrado: Travessia do PR à SP!
Já do outro lado pedalei até Marujá onde peguei a lancha e cheguei em "Ariri" onde dormi e jantei na casa do mestre do barco "Walter", obrigado de coração mestre!
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