quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ontem "04/09/2012" fez 13 aninhos de Lado a Lado S2!

Logo da próxima novela das 18h da Rede Globo, Lado a Lado, que estreia dia 10 de setembro com adaptação da nossa foto. Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/atlantidablumenau/2012/09/03/1792/?topo=52,1,1,,292,e224

Nossa história!

 "Enrolados" há treze anos...


No dia 04 de Setembro de 1999, um raio de luz brilhou em minha vida. O sorriso de um anjo... Seu nome, Jailene! Deus, ouvindo as minhas preces a havia feito cruzar o meu caminho!
Nos conhecemos em um baile de escola. Eu nunca gostei muito de bailes por não saber dançar, mas resolvi ir daquela vez. Afinal de contas o salão ficava quase em frente à minha casa e eu havia sido praticamente carregado por meus amigos.
Numa escala de 0 a 10, para mim, o baile estava quase ganhando nota negativa, aliás, como sempre. Até ela aparecer com aquele seu jeito meigo, seu sorriso inocente e seu olhar completamente penetrante. Naquela noite o cúpido não teve trabalho algum. Foi como dar uma flechada na manteiga... Me acertou facinho, facinho!
Conversando, descobri que ela havia começado a trabalhar há pouco tempo como estagiária na Caixa Econômica, na única agência da cidade. Fiquei surpreso, pois na época eu trabalhava como garçom em um restaurante no centro da cidade, onde comecei com 14 anos, o restaurante ficava a apenas 100 metros do banco e eu nunca tinha a visto por ali.
Éramos muito jovens, mas eu não podia deixar escapar a chance de conhecê-la melhor. Então comecei a arrumar pretextos para vê-la quase todos os dias. Eu que nem conta no banco tinha, pois recebia meu modesto salário diretamente das mãos do proprietário do restaurante, comecei a freqüentar o banco mais do que a praça da cidade, já que onde moramos não tem shopping...rs. Depois descobri o horário do ônibus dela e lá fui eu de busão para casa. Não por nada, mas até onde eu morava quase nem dava tempo de pagar a passagem. Fui desembarcar uns 5 km depois da minha casa e ainda sem conseguir o mais importante: o número de telefone dela. Os pais dela não tinham telefone em casa e naquela época era luxo ter um celular. Dei a ela o telefone da casa dos meus pais, mas duvidei que ela fosse ligar.
Chegou à sexta-feira e naquele sábado, como em todos os outros, teria baile na cidade. Confesso que eu nunca quis tanto ir a um, pois como o pai dela era músico, tinha certeza de que ela estaria lá.
Sábado à tarde, ouço um som estridente. Seriam os sinos anunciando um anjo? Sim, era o telefone e do outro lado da linha a voz mais doce e angelical do mundo me pedindo se eu gostaria de ir ao baile. E a minha resposta? 
--- Claro que sim, adoro Bailes!
Começamos a sair, sempre em bailes sob o olhar atento do falcão rei “meu futuro sogro”...rss. Mas demorou para assumirmos o namoro, ao menos para mim estava demorando...
Então aproveitei a minha festa de colação de grau do colegial, que foi em Dezembro deste mesmo ano e a convidei, tirando proveito da ocasião para apresentar ela a meus pais e assumirmos o namoro.
Dividíamos nosso tempo entre trabalho, estudos e namoro. Nossos salários de garçom e de estagiária não davam para pagar os estudos, a então faculdade e curso técnico pretendidos e fomos em busca de outros empregos. Mesmo ela tendo ido trabalhar em uma metalúrgica e eu em uma indústria têxtil, nossos salários ainda mal pagavam os estudos, mas já sobrava um pouquinho para que pudéssemos sair de vez em quando e comer uma pizza ou continuar freqüentando os bailes que eu havia aprendido a gostar.
Os anos se passaram e veio nosso desejo de casar, porém, antes tínhamos que terminar os estudos. Nos formamos, juntamos nossas economias e decidimos montar nosso próprio negócio, pois pensávamos em nos estruturar para ter nossa família e nosso cantinho. Mais uma vez nosso sonho de casar foi deixado de lado.
 
Nascia então, da vontade de tentarmos juntos nossa independência financeira, a Chocomagia.
Uma loja especializada na revenda de chocolates artesanais e importados.
Montamos a loja com pouco dinheiro, muita força de vontade e muito trabalho. Abrimos nossa empresa com “inacreditáveis” R$ 10.000,00 (Dez Mil Reais). As vezes, as pessoas confundem capricho e economia com riqueza material! Alugamos um ponto comercial no centro da cidade, mas a sala por ser parte de um prédio muito antigo, precisava de reformas urgentes!!!
Refizemos boa parte do reboco interno que estava caindo por ter muitos anos e por ter sido feito de barro. Trocamos todos os rodapés, pois já estavam podres por causa das infiltrações. Fizemos um rebaixo de isopor no teto “uma imitação de gesso”, pintamos com a ajuda do meu sogro, entre outras coisas. Enfim, uma reforma geral e participamos diretamente em todos os serviços a fim de render mais e não estourar nosso orçamento.
 

Nos rendeu um imenso orgulho, tendo logo em seu primeiro ano de vida, sido mencionada no Guia Melhor da Cidade "Comer e Beber" da revista Veja, bem como nos demais anos de funcionamento.
  
Porém com o tempo descobrimos que o chocolate é um produto muito sazonal. Dependíamos muito das épocas de Natal e Páscoa para conseguir uma boa liquidez nos negócios, fora esses dois períodos, ficava muito difícil de conseguir pagar todas as contas em dia, pois nossa cidade é muito pequena e como o lucro em uma chocolateria é dado em cima dos centavos, na maior parte do ano precisávamos ter um giro muito maior. 
 



 Foram diversas as vezes que eu enchi a bolsa térmica de trufas e outros chocolatinhos e saí vendendo pelas ruas de porta em porta, inclusive em outras cidades, para conseguir pagar as contas da loja. 
Outras vezes quando o movimento era muito baixo nos finais de semana, fechávamos e íamos participar de eventos onde o movimento era maior, mas nem sempre valia à pena. Já que tínhamos que pagar pelo espaço nos estandes.  
Criamos dois personagens para divulgar a Chocomagia nestes eventos, a Fada e o Mago do chocolate, pois o slogan era "Sinta o prazer do sabor encantado!"
  





 



Há três anos mudamos de endereço para um espaço maior e tentar agregar produtos na certeza de que aí às coisas melhorariam, sendo que a loja poderia ter um giro constante e estável o ano todo.

Logo após a mudança começamos a produzir nosso próprio chocolate artesanal, comprávamos chocolate em barras e derretíamos para poder moldar e agregar sabores e recheios.







Isso nos daria um lucro maior, porém nossa produção não passava de 15% dos chocolates vendidos, pois não tínhamos funcionários e precisávamos atender também no balcão, além da fazer a parte burocrática, administrativa e de marketing do negócio. 

Como o espaço era maior, a loja ficou por quase um ano meio pelada “desfalcada de móveis”, até chegar à máquina de café expresso, as mesas e cadeiras e mais um balcão. 

Quando mudamos fomos para um ponto mais afastado do centro da cidade, mas acreditávamos que conseguiríamos trazer nossa clientela já formada nesses quatro anos junto conosco, não foi exatamente o que aconteceu. Mas agora sim, a coisa tinha que melhorar. 

Bastava fazer uma boa propaganda e como a cidade era pequena, em breve veríamos entrar o dinheiro para pagar o empréstimo dos móveis e da máquina de café, certo? 

Errado! Não contávamos com esse desastre natural. Em Março de 2011, poucas semanas antes da Páscoa, quando esperávamos a melhor época de faturamento do ano com a loja completamente recheada de chocolates, fomos surpreendidos por uma enxurrada que arrasou a cidade durante a madrugada. 

Nossa loja foi poupada das águas, mas devido à grande parte da cidade ter sido atingida, não vendemos praticamente nada naquela Páscoa, que também foi a nossa última.
Ainda estávamos pagando o empréstimo que fizemos para comprar os novos móveis, e a máquina de café.
Como fazer agora para pagar os fornecedores dos chocolates que compramos?
Esperávamos vender tudo, ou quase tudo, como era de costume todos os anos nessa época.
Não houve outro jeito senão fechar a loja e fazer um novo empréstimo para pagar essa nova dívida. Já que os fornecedores não aceitavam a mercadoria de volta.
Não demorou a nos darmos conta da realidade e meu amor começar a entrar em depressão.
Nosso sonho de independência financeira tinha ido literalmente por água abaixo e junto nossas economias de todos esses anos, além disso, estávamos agora endividados e mais uma vez nosso sonho teria que ser adiado.

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